PrEP injetável promete proteção de dois meses contra o HIV por aplicação

PrEP injetável promete proteção de dois meses contra o HIV por aplicação - Foto 1 do Garoto de Programa

Cientistas comemoraram o desenvolvimento de uma nova droga que protege contra o HIV por dois meses, o que significa um grande avanço científico.

Já existe uma droga que oferece essa mesma proteção, composta de um ou dois comprimidos diários. Aqui no Brasil, inclusive, a rede pública oferece gratuitamente a qualquer pessoa que declare ter muitos parceiros sexuais. Basta ir até um posto de saúde e depois de alguns exames solicitados por um médico da unidade, já poderá iniciar o tratamento.

Mas a adesão à PeEP ainda encontra resistência devido à necessidade do uso diário, que traz algumas novas preocupações na rotina de quem toma, como ter que carregar as pílulas durante viagens. Por isso cientistas do mundo todo ainda perseguem formas de proteção por mais tempo.

Nesse sentido a farmacêutica GSK revelou que desenvolvendo um novo medicamento de prevenção injetável que mantem o usuário protegido por dois meses.

Resultados melhores que o esperado

Os primeiros testes da droga foram um sucesso tão grande, que o ensaio foi interrompido antes do planejado. A nova substância se provou 69% mais eficaz que a PrEP oral dos dias de hoje.

A nova droga foi testada em homens que fazem sexo com homens (HSH), formado por gays, bissexuais, e mulheres trans. Ao todo foram 4.600 pessoas, espalhadas pela América do Norte e do Sul, África e Ásia.

Uma revisão provisória do Conselho de Monitoramento de Dados e Segurança (DSMB) concluiu que a injeção foi “altamente eficaz na prevenção do HIV”.

Apenas 50 pessoas envolvidas no estudo contraíram o vírus. Destes, 12 tomaram injeção de cabotegravir de ação prolongada, enquanto os outros 38 estavam tomando uma pílula diária.

O medicamento agora deve passar por vários estágios de aprovação antes de chegar ao mercado.

“Se aprovado, um novo agente injetável, como o cabotegravir de ação prolongada administrado a cada dois meses, poderia desempenhar um papel importante na redução da transmissão e ajudar a acabar com a epidemia de HIV.”

Myron S. Cohen, co-investigador principal do estudo

Kimberly Smith, chefe de pesquisa e desenvolvimento da empresa de HIV ViiV Healthcare, que é controlada pela GSK, elogiou os resultados do teste.

“Os resultados deste estudo demonstram que o cabotegravir injetável de ação prolongada administrado a cada dois meses pode reduzir com sucesso a aquisição do HIV em HSH em risco e mulheres trans”, disse Smith.

“Estamos entusiasmados com os resultados não apenas por causa da alta eficácia do cabotegravir, mas também porque demonstramos alta eficácia em um estudo que representa adequadamente algumas das populações mais desproporcionalmente impactadas pelo HIV – Black HSH nos EUA, jovens HSH em todo o mundo e mulheres trans ”.

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